Wanda Engel

Por WandaEngel -

Completando o Ciclo Educação Ensino Médio; Evasão; Instituto Unibanco; Jovem de Futuro Terceiro Setor Trajetória

Nunca é demais lembrar que o Instituto Unibanco havia definido, como “modus operandi”, o desenvolvimento de um Ciclo de Produção de Tecnologias, ou seja, operar um processo que ia desde concepção, até a testagem, a validação e a transferência de propostas de solução (tecnologias) para enfrentar os problemas que afetavam a educação de jovens pobres.

Assim, para dar conta das questões do baixo desempenho e da evasão no Ensino Médio, iniciou-se o Ciclo de Produção do Entre Jovens e do Jovem de Futuro, posteriormente integrados.

Importante ressaltar que todas as fases do ciclo deveriam ter, como insumos, os conhecimentos existentes ou produzidos, que fossem capazes de responder a perguntas postas inicialmente, ou surgidas no decorrer do processo. O conhecimento era, portanto, o combustível que fazia mover a máquina da produção de soluções.

Ocorre que, desde a fase de testagem do Entre Jovens e do Jovem de Futuro, ficou claro que tais tecnologias eram mais efetivas na questão do desempenho do que na da evasão. Os resultados em Língua Portuguesa e Matemática aumentavam, mas as salas de aula permaneciam esvaziadas.

Frente à complexidade dos fatores relacionados ao abandono, o Instituto Unibanco promoveu iniciativas de produção e disseminação de conhecimentos sobre o tema, através do diálogo com órgãos governamentais e privados, centros de pesquisas, universidades, especialistas e estudiosos, colocando o tema na agenda pública de debate sobre esta questão.

A função de gestão do conhecimento ficou a cargo da Assessoria de Planejamento e Avaliação, coordenada por Camila Iwasaki, e incluía, em sua missão, fornecer subsídios teóricos para as diferentes etapas do Ciclo de Produção de Tecnologias e Metodologias.

O ponto de partida: o Seminário “A Crise de Audiência do Ensino Médio

O primeiro evento, organizado por este setor, para produzir conhecimentos sobre o tema da evasão, foi o Seminário “A Crise de Audiência no Ensino Médio”.

Congregou membros do MEC, secretários de Estado, diretores de escolas, pesquisadores, profissionais de universidades, membros de institutos, fundações e ONGs, com o objetivo de dimensionar o problema da evasão e suas consequências.

Dados do Censo Escolar de 2007 mostravam que dos 3,6 milhões de ingressantes na primeira série do Ensino Médio, apenas 1,8 milhão o concluíam, ou seja, apenas a metade do contingente inicial. A taxa oficial de abandono era de 13,3%, o que correspondia ao dobro do segundo ciclo do Ensino Fundamental.

O interessante é que a representante do MEC, na mesa de abertura do seminário, mostrava-se surpresa com o destaque dado ao tema, discordando, inclusive, do título do seminário. Para o MEC, o abandono não se configurava como um problema sério.

A equipe do IU, entretanto, que participava do cotidiano de centenas de escolas em diferentes contextos, intuía que, na realidade, este percentual deveria ser bem maior do que o oficial.

O fato era que as salas de aula pareciam vazias, configurando uma verdadeira crise de audiência.

A motivação inicial do Seminário era analisar os dados e refletir sobre o problema da evasão e do abandono escolar de forma dialogal, a partir de experiências diversas de um time de especialistas do Brasil e do exterior.

O abandono ocorre quando o aluno deixa de frequentar, em um determinado ano letivo. Caso ele não efetue sua matrícula no ano seguinte, é configurada uma situação de evasão.

Como instrumento de avaliação da extensão do fenômeno, Ricardo Paes de Barros propôs um indicador que permitisse medir o “grau de audiência do Ensino Médio”, em suas diversas dimensões.

O indicador deveria incluir dados referentes à proporção de jovens na escola, duração do ano letivo, tempo real de frequência, grau de assiduidade dos professores, além dos períodos de jornada escolar e de estudos em casa.

Na melhor das hipóteses, considerando a carga horária diária de quatro horas, em que o aluno estuda na escola, e mais 60 minutos por dia em casa, o jovem teria, num total de 200 dias letivos, apenas 1000 horas anuais de educação no Ensino Médio, ao invés das 1.500 necessárias.

Esse seria um dos fatores do abismo existente entre o Brasil e os países que já se desenvolveram no campo educacional.

O desinteresse do aluno em ir à aula é parte do problema, mas há também a falta de vagas, escolas inadequadas, ensino de má qualidade, além de outros fatores, como o custo do transporte, que têm impacto direto na permanência do jovem na escola

Foi debatido o desinteresse dos adolescentes pelos conteúdos trabalhados, considerados pouco afinados com as demandas da juventude, aspecto diretamente relacionado ao debate sobre reforma curricular.

Claudio Moura Castro reforçou que o Brasil seria o único país do mundo a ter apenas uma alternativa para os alunos do Ensino Médio, enquanto as nações desenvolvidas ofereceriam diversos caminhos curriculares.

Estas discussões, que se aprofundaram na última década, desembocaram na proposta do Novo Ensino Médio, aprovada em 2017, que estabelece a existência de uma Formação Geral Básica e de uma parte flexível – os Itinerários Formativos.

São previstos cinco itinerários:  linguagens e suas metodologias, matemática e suas metodologias, ciências da natureza e suas tecnologias, Ciências humanas e sociais aplicadas, e formação técnica e profissional.

Os estados teriam um tempo para se adaptar ao novo modelo, mas a crise sanitária (pandemia) e a de gestão (o “apagão” do MEC) fizeram com que a proposta pouco avançasse.

As apresentações demonstraram também a necessidade de serem repensadas as metodologias de registro, análise e avaliação do fenômeno do abandono, tanto no nível macro quanto no micro, além de serem realizados novos estudos e meios alternativos para a obtenção de dados mais confiáveis e consistentes.

Como decorrência dessas conclusões, foi decidido que se formaria um grupo de trabalho para a gestão do conhecimento sobre o tema, como um dos primeiros efeitos práticos do encontro.

Produzindo conhecimento: estudos e pesquisas

O IU passou então a contar com a contribuição do “Grupo de Trabalho de Gestão de Conhecimento” (GTGC) que reunia especialistas, pesquisadores e gestores da área de educação, com vistas a definir temas prioritários, selecionar propostas, acompanhar a execução e avaliar os resultados.

Como forma de promover estudos sobre o tema da evasão, foi lançado um edital que se propunha a apoiar financeiramente a realização de pesquisas em oito linhas de básicas. Eram elas:

  1. Aferição de índices de audiência no Ensino Médio.

O objetivo era mensurar o tempo que os alunos efetivamente dedicavam a atividades de aprendizado, na escola ou fora dela. Ou seja, verificar qual o tempo investido nos estudos, a partir da hipótese de que, mesmo os que não abandonavam a escola, poderiam apresentar baixos” índices de audiência”.

  1. Comparação entre os perfis socioeconômicos e demográficos dos alunos que abandonavam o Ensino Médio e dos que permaneciam até o final do ciclo.

Através da comparação dos perfis destes dois grupos, buscava-se verificar a importância dos fatores externos à escola (situação socioeconômica e demográfica), na decisão de abandonar a escola.

  1. Dimensionamento das consequências de erros no preenchimento dos dados do Censo Escolar, sobre os índices oficiais de abandono e evasão.

A hipótese era a de que os índices oficiais de abandono eram muito inferiores aos reais, e que este fenômeno se devia a distorções no preenchimento do Censo Escolar.

  1. Avaliação do papel do baixo desempenho dos alunos que ingressam no Ensino Médio, como fator de abandono.

Esta pesquisa buscava verificar a correlação entre o baixo desempenho do aluno, ao final do Ensino Fundamental, e a evasão na primeira série do Ensino Médio.

  1. Análise de fatores individuais e familiares, envolvidos na evasão, na passagem entre o Ensino Fundamental e o Médio.

Um dos grandes “pontos de vazamento” no fluxo escolar era a passagem entre o Ensino Fundamental e o Ensino Médio, responsável, em algumas regiões, por uma perda de cerca de 20%. A intenção era verificar o peso de fatores extraescolares neste fenômeno.

  1. Estudo da relação entre a qualidade da escola, medida pelo desempenho dos seus alunos, e os índices de abandono e evasão.

Este estudo visava analisar até que ponto os resultados da escola influenciavam no abandono, ou seja, se as escolas com piores resultados eram também as campeãs da evasão.

  1. Comparação dos níveis de abandono e evasão entre as diferentes modalidades curriculares de Ensino Médio.

A intenção desta pesquisa era verificar se as diferentes modalidades de Ensino Médio – regular, integrado (regular +profissionalizante) ou profissionalizante – faziam diferença na decisão de o jovem evadir-se.

  1. Levantamento dos motivos alegados por alunos que definiam a “falta de interesse” como justificativa para abandonar a escola.”

Em pesquisa anteriormente realizada, com apoio do IU, o economista Marcelo Neri havia verificado que o motivo mais alegado por jovens que abandonavam a escola era a “falta de interesse”. A intenção deste estudo era verificar quais os motivos associados a esta “falta de interesse”.

Não tendo a intenção de entediar o leitor com detalhes técnicos das oito linhas de estudo, nem de analisar os achados de cada uma delas, vamos nos deter nas principais conclusões de algumas.

Desempenho no Ensino Fundamental e evasão no Ensino Médio

O estudo, realizado pela Fundação para Pesquisa e Desenvolvimento da Administração, Contabilidade e Economia (Fundace), propôs-se a investigar a relação entre o desempenho no Ensino Fundamental e a permanência no Médio, utilizando dados do Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp).

Identificou que o baixo desempenho no EF era efetivamente um importante fator de risco para a evasão no Ensino Médio, que ocorria majoritariamente no primeiro ano deste ciclo.

Entretanto, a defasagem idade-série, ou seja, a entrada tardia na escola ou a quantidade de reprovações no EF, fazia com que o aluno com bom desempenho, que chegasse mais velho ao EM, tivesse mais chance de se evadir do que um outro, com baixo desempenho, mas que chegasse mais novo a este ciclo.

Cada ano de atraso no Ensino Fundamental aumentaria em 20% a probabilidade de o jovem não concluir o Ensino Médio.

Este dado deveria ser motivo de profunda reflexão para professores de ensino fundamental que consideram ser a reprovação um importante instrumento de melhoraria do processo ensino aprendizagem, ou de manutenção de seu “poder docente” (Me respeita ou diminuo tua nota e te reprovo!).

Por isto, um dos temas de maior consenso entre os professores é o repúdio a propostas de “aprovação automática”, apesar de as pesquisas demonstrarem não haver diminuição de desempenho, ao final do ciclo, para os alunos submetidos a este regime. Por outro lado, é verificado, nestes casos, um aumento da taxa de permanência na escola.

É lógico que não se deveria permitir que alunos, sem o domínio dos pré-requisitos, prosseguissem seus estudos. Isto seria desejável, desde que conhecimentos não dominados fossem efetivamente trabalhados durante a “repetência”.

Infelizmente ocorre que o aluno é reprovado, no ano seguinte não são identificados os motivos, as dificuldades não são sanadas, no caminho ocorrem outras reprovações e, ao chegar ao Ensino Médio, com grande defasagem idade série, torna-se um forte candidato ao abandono.

Características individuais também contribuiriam para o abandono da escola, em uma equação que conjugaria gênero, raça e escolaridade dos pais.

No grupo com mais chances de abandonar, predominavam jovens do sexo masculino, atrasados um ou mais anos, e filhos de pais sem nível superior.

Fluxo entre o Ensino Fundamental e o Ensino Médio

Utilizando como base a Pesquisa Mensal de Emprego (PME), este estudo desfez o mito de que a entrada no mercado de trabalho seria o principal vilão da evasão.

Ele também concluiu que a repetência, no próprio Ensino Médio, não motivaria a evasão.

Já os atrasos em relação à defasagem idade-série, estes sim, alimentavam a evasão. O incrível é que cerca de 30% dos alunos que iniciam o Ensino Médio apresentam este problema.

Com isso, na prática, as duas pesquisas se reforçavam mutuamente, evidenciando a necessidade de intervenção precoce na superação de defasagens de aprendizado e na recuperação de atrasos dos alunos com históricos de repetência.

Fatores escolares relacionados ao abandono

“Avaliação do Impacto dos Fatores Escolares sobre o Abandono do Ensino Médio” procurou identificar o efeito, na decisão do jovem de permanecer ou não no Ensino Médio, de aspectos ligados à infraestrutura da escola (tamanho das salas, biblioteca, laboratório, sala de informática), à relação entre número de professores e alunos, à média de horas-aula-dia, à existência de vigia e à disponibilidade de merenda.

A pesquisa, de caráter exploratório, apontou uma correlação entre esses fatores e o abandono, mas os resultados não foram considerados conclusivos.

Fatores nas esferas pedagógica, individual e familiar.

“Determinantes do Abandono do Ensino Médio pelos Jovens do Estado de Minas Gerais”, se propôs a identificar fatores, nas esferas escolar, individual e familiar, que contribuíam para o abandono.

No âmbito escolar, concorriam para o abandono a dificuldade nas disciplinas, a percepção de falta de qualidade no trabalho dos professores e a ausência de dinamismo e inovação nas aulas. Por outro lado, a afinidade com a escola e o reconhecimento de sua qualidade favoreciam a permanência.

Famílias numerosas, mães muito jovens, baixa escolaridade dos pais, falta de condições socioeconômicas e desinteresse familiar em relação aos estudos dos filhos também eram fatores de risco para que os jovens deixassem de estudar.

Na esfera individual, a ocorrência de gravidez precoce, a defasagem idade-série, o fato de ser homem e a chegada da maioridade alimentavam o abandono escolar. Inversamente, a percepção de melhores oportunidades de trabalho para quem estuda e a intenção de cursar a universidade estimulavam a conclusão do Ensino Médio.

O estudo avaliava em 35% a taxa de risco de abandono da escola quando ocorre uma gravidez precoce.

Além deste efeito em curto prazo, as jovens mães constituem também um fator de risco para seus filhos abandonarem futuramente os bancos escolares (mães muito jovens, baixa escolaridade dos pais), em um verdadeiro ciclo vicioso.

O encontro mágico entre professores e alunos

Além dos estudos referentes às oito linhas de pesquisa, o IU promoveu uma outra pesquisa sobre a “audiência” no EM, desenvolvida em parceria com o IBOPE.

A pesquisa quantitativa foi realizada em 18 escolas de regiões metropolitanas, junto a 36 turmas de Ensino Médio, que foram acompanhadas por observadores, encarregados de mensurar a frequência de alunos e de professores na escola, em mais de 8 mil aulas.

O estudo apontou a correlação entre o índice de frequência nas aulas, tanto de professores quanto o de alunos, e o melhor rendimento escolar.

Este encontro mágico entre “professores presentes” e “alunos presentes”, era muito menos frequente nas escolas com baixo rendimento do que nas de melhor desempenho. Elementar, meu caro Watson!

Disseminação dos resultados dos estudos

Os resultados deste conjunto de pesquisas, além de alimentarem o Ciclo de Produção de Tecnologia, foram debatidos em seminários promovidos pelo IU ou por outras organizações sociais e disseminados através de publicações de diferentes tipos.

Se você reparar, vai encontrar o DNA dos resultados destas pesquisas no desenho de tecnologias e metodologias do IU, bem como na concepção de propostas de trabalho voluntário.

Foram também objeto de apresentação em fóruns e encontros de economistas, como os da Sociedade Brasileira de Econometria e da Associação Nacional dos Centros de Pós-Graduação em Economia (Anpec), devido à conjunção de levantamentos quantitativos com modelos estatísticos e de cruzamento de dados.

Por outro lado, durante todo um ano, as edições da revista Nova Escola, publicadas pela Editora Abril, como parte do Projeto Educar para Crescer, circularam com um Encarte Especial Ensino Médio, produzido com base nos resultados das pesquisas promovidas pelo IU, sobre abandono escolar.

Produzindo conhecimento com quem faz

Foi com o espírito de fomentar o debate, divulgar a magnitude do problema da evasão dos alunos do Ensino Médio e identificar possíveis soluções, que o Instituto Unibanco propôs o Concurso “O desafio do Ensino Médio: como evitar que os jovens abandonem a escola?”

Dirigido a escolas públicas de Ensino Médio regular em todo o território nacional, este concurso buscava apoiar projetos que apresentassem soluções criativas para que os alunos permanecessem e concluíssem essa fase escolar.

As 165 propostas recebidas foram avaliadas por um Comitê de pareceristas, composto por representantes do CONSED, CESGRANRIO, CAED, INEP, Todos pela Educação e Instituto Unibanco.

Foram selecionadas 26 propostas que receberam entre R$ 30 e 50 mil (de acordo com o número de alunos) para implantarem seus projetos.

Infelizmente não foi possível realizar um trabalho de acompanhamento e avaliação dos resultados destes projetos selecionados.

Aprofundando o conhecimento: Seminário “Como aumentar a audiência do ensino médio”

Além de constituir uma importante oportunidade de compartilhar as informações geradas pelas pesquisas do Instituto, o evento permitiu aprofundar o conhecimento sobre as causas da evasão e do abandono, bem como conhecer as iniciativas em andamento para combater o problema.

Um importante debate, envolvendo os economistas Ricardo Paes de Barros, Simon Schwartzman e Reynaldo Fernandes, sobre o tema “Currículos alternativos e sua flexibilização como instrumento para reduzir a evasão e o abandono na educação média” trouxe à tona problemas como o excesso de conteúdo, a carga horária extensa e a dificuldade de acompanhamento, devido a defasagens acumuladas.

O debate contribuiu também para identificar a existência de alternativas experimentais em implantação, como a da semestralidade, a da ponte com o mundo do trabalho e a do aumento da autonomia das escolas.

A semestralidade, a exemplo dos currículos universitários, permitia que os alunos reprovados perdessem apenas um semestre e não o ano todo, o que incentivava a permanência.

Ao final, como já foi dito no Episódio 8, três agentes jovens apresentaram as conclusões do Fórum realizado no dia anterior, que foram debatidas por representantes do sistema público de ensino.

Produzindo conhecimento com Amartya Sen

Em parceria com o Ibmec/RJ, o Instituto Unibanco promoveu um debate com Amartya Sen, Prêmio Nobel em Economia e criador do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).

Com a presença de mais de 350 convidados, entre professores e gestores da rede pública, parceiros e formadores de opinião, o economista indiano abordou o tema Educação e Desenvolvimento.

Ao meu lado, participaram do debate com Amartya Sen: Ricardo Paes de Barros, à época secretário de Ações Estratégicas da SAE, Fernando Schüler, diretor acadêmico do Ibmec/RJ e Ilan Goldfajn, economista-chefe do Itaú Unibanco.

Participar de um debate com o ícone intelectual da luta contra a pobreza e a desigualdade, e um dos criadores do Índice Desenvolvimento Humano, foi uma das maiores emoções de minha vida profissional!

Encerrando o ciclo

Em agosto de 2012, após 6 anos de atuação como Superintendente Executiva do IU, passei a integrar o Conselho de Administração, transmitindo o bastão para Ricardo Henriques.

Durante este período, foi estruturada uma nova forma de atuação para o IU, além de concebidas, testadas, validadas, e formatadas, para serem transferidas, tecnologias voltadas à melhoraria dos resultados educacionais de escolas públicas de Ensino Médio.

A parceria entre o MEC e o Instituto Unibanco, oficializada em 14 de fevereiro de 2012, com a assinatura de um termo de cooperação técnica, viabilizou a transferência do ProEMI/ Jovem de Futuro para 5 estados (Ceará, Goiás, Mato Grosso do Sul, Pará e Piauí), o que permitia alcançar, até 2016, algo em torno de 2,5 mil escolas e mais de 2 milhões de alunos matriculados em escolas públicas de Ensino Médio. Missão cumprida!

Novos desafios, novo ciclo

Em encontro com o governador do Pará, Simão Jatene, para formalizar a adesão do estado ao ProMI/Jovem de Futuro, do qual participou o responsável pela área de educação do BID Brasil, Marcelo Perez, foi aventada a possibilidade de uma operação de empréstimo para esta área.

Frente ao entusiasmo do governador, quanto a esta possibilidade, lancei a semente de uma proposta, com a pergunta – Governador, caso tenhamos a possibilidade de uma nova fonte de financiamento, para enfrentar o gravíssimo problema educacional do estado, que atinge fortemente o futuro dos jovens, das famílias, das empresas e da própria sociedade paraense, por que não lançamos o desafio de um grande Pacto pela Educação do Pará?

Esta simples pergunta mudou os rumos de minha vida profissional, inaugurando um novo ciclo e uma nova temporada.

Vamos iniciar a Temporada 4 com a análise de uma nova fase de minha vida profissional. Nela, me propus a promover a integração de minhas experiências anteriores. Isto porque meu principal aprendizado, até aquele momento, poderia ser resumido em uma única frase: Integrar, é preciso!

 

 

 

 


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